
Há
exatos 102 anos era instituída, em Mossoró, a Lei n° 30, declarando feriado
municipal o dia 30 de setembro, dia em que se comemora na cidade a libertação
dos escravos, cinco anos antes da Lei Áurea, considerada a data magna do
município.
Para
o historiador Geraldo Maia, a instituição da lei que estabelece o 30 de
setembro como feriado na cidade demonstra a importância que o povo mossoroense
nutre pelo feito que culminou com a abolição da escravatura em 1883.
"A
data é tão importante que se sobrepõe, em nível de comemoração, à emancipação
política de Mossoró. O feriado enfatiza isso, demonstrando o quanto o povo
mossoroense celebra essa conquista", diz.
História
da abolição surgiu a partir de uma homenagem ao casal Romualdo Lopes Galvão
A
história da abolição da escravatura em Mossoró começou a ser contada a partir
de uma homenagem prestada na Loja Maçônica 24 de Junho ao casal Romualdo Lopes
Galvão, líder da política e do comércio na época. Na ocasião, a ideia de fundar
uma sociedade com o objetivo de abolir a escravidão foi difundida pelo
Venerável Frederico Antônio de Carvalho, e no dia 6 de janeiro de 1883, era
instalada na Câmara Municipal, que funcionava no edifício da Cadeia Pública,
hoje Museu Lauro da Escóssia, a Sociedade Libertadora Mossoroense.
A
Sociedade estabeleceu uma meta para alcançar seu objetivo de libertar todos os
escravos que viviam em Mossoró, estabelecendo o 30 de setembro como data-limite
para que os 86 escravos que existiam na cidade fossem livres. E o objetivo foi
alcançado. Já no dia 10 de junho, em sessão especial realizada na Loja Maçônica
24 de Junho, 40 escravos foram alforriados.
No
dia 29 de setembro, o presidente da entidade fundada com o objetivo de abolir a
escravatura em Mossoró, Joaquim Bezerra da Costa Mendes,encaminha à Câmara
Municipal ofício informando que a proclamação solene de Liberdade em Mossoró
ocorreria no dia seguinte, ao meio-dia, e assim aconteceu.
Após
a libertação, Mossoró passou a receber uma quantidade significativa de escravos
que fugiam de outros municípios, sendo que, conforme Geraldo Maia, os escravos
libertos continuaram vivendo nas fazendas da cidade, não mais como cativos, e
sim como funcionários, remunerados.
Fonte: O Mossoroense
Nenhum comentário:
Postar um comentário